Os fãs mais antigos da Team Liquid Valorant devem se lembrar de que, no ano passado, produzimos uma série de artigos intitulados "Hometown Heroes", que funcionaram como uma maneira de mostrar as diversas origens e criações de todos os nossos jogadores do Valorant. Este ano, vamos trazê-lo de volta para as nossas novas adições de artigos . Essa edição será sobre o Mistic, nosso controlador infinitamente confiável!
O Mistic nasceu e cresceu no sul da Inglaterra. Se você já leu um romance clássico em que os personagens decidiram levar um membro doente da família para o mar na esperança de que o sol e a brisa marítima os curassem, é exatamente desse lugar que o Mistic vem: o lugar mais ensolarado da Inglaterra. Antes de começar sua carreira nos eSports, ele já tinha dois empregos regulares, o que, em termos de experiência de vida, dá a ele uma vantagem sobre a maioria dos outros atletas de eSports . Continue lendo para saber mais sobre a educação de Mistic em uma cidade pequena, seu primeiro contrato profissional, e qual jogador da Team Liquid Valorant tem uma rotina de cuidados com a pele incrivelmente longa.
Onde você nasceu e onde cresceu?
Nasci no sul da Inglaterra, em uma cidade chamada Chichester. Cresci em uma cidade vizinha, chamada Bognor Regis. Não adianta mencionar a primeira cidade, na verdade. Para mim, a mais relevante é Bognor Regis.
Como você descreveria a cidade para alguém que nunca foi lá?
Ao que parece, é o lugar mais ensolarado da Inglaterra. É ao longo da costa, então tem uma linda praia rochosa a cinco minutos de onde eu cresci. É uma cidade pequena. Acho que tem cerca de 25 mil habitantes. Tem o centro da cidade e outras coisas, como um cinema bem simples — o que é bom — mas fora isso, não tem nada muito emocionante por aqui.
Como foi entrar no mundo dos videogames?
O meu pai me deu um PlayStation 2 quando eu era bem novo. Eu tinha quatro ou cinco anos, e isso despertou minha paixão por jogar. Então, sim, cresci sendo um jogador de console, joguei assim até meus 14 anos, então ganhei um iMac e vi algumas pessoas jogando CS:GO e postando sobre isso no YouTube. Então, pensei: "Quero tentar também." Eu só tinha 30 FPS, então não foi experiência mais incrível de todas, mas me apaixonei logo de cara. E, aleatoriamente, ouvi algumas pessoas na minha sala falando sobre CS e na hora pensei: "vou fazer mais amigos agora."
Então, quando tinha 14 anos, entrei para o universo dos jogos de computador. E, desde então, raramente eu jogo por diversão. Sou uma pessoa competitiva. Sempre tento me desafiar e ser o melhor - pelo menos fora do meu grupo de amigos - em qualquer jogo que estivermos jogando.
Jogar era algo importante para você e para o seu grupo de amigos?
Sim. Na escola, eu jogava futebol e tinha muitos amigos no time de futebol. Aleatoriamente eu ouvi duas ou três pessoas falando sobre CS e acho que falei brincando: "Sim, eu sou melhor que vocês"; mesmo sabendo que eu era péssimo. Mas então eu virei amigo dessas pessoas, acho que porque jogos de computador não são tão populares no Reino Unido. Acho que o console é mais popular. É por isso que virei amigo deles, porque era um assunto que eu gostava e não conhecia muitas outras pessoas que também gostassem.
Algumas vezes, as pessoas diziam: "O que você está fazendo?". Fazendo piadas sobre isso. Com o passar dos anos, a pergunta mudou para: "Você joga no PC?". No início da minha vida, isso não era grande coisa. Mas, sim, como você pode ver, é uma coisa que ficou mais importante.
Você disse que jogava futebol. É algo que ainda gosta de fazer?
Meio que perdi o interesse, principalmente porque o meu time é o Manchester United, e eles estão indo mal agora. Eles são péssimos. Então eu e Eamon, que está do outro lado, comemoramos. Mas ainda acompanho futebol, sei sobre as transferências, assisto às partidas internacionais... Posso dizer que é um interesse meu.
Você disse que a sua cidade é chata. Isso significa que você não recomendaria que as pessoas a visitassem?
Não sei... temos um resort chamado Butlin. Meu primeiro emprego foi lá, para falar a verdade. Eu sei que eles têm essas coisas divertidas como quiosques. Eu tinha 16 anos, e eu era um faz tudo - tipo, eu fazia o que mandassem. Eu fazia qualquer coisa para ganhar um pouco mais de dinheiro. Eu só tinha um outro emprego, que era trabalhar no supermercado chamado Tesco, eu fazia a reposição das prateleiras e coisas assim. Então, sim. É uma experiência. Fico feliz por ter vivido tudo isso, sabe?
Sim, quer dizer, acho que você viveu mais coisas que muitos jogadores de esports da sua idade. Para muitos, a rotina era ir para a escola e jogar.
Acho que tenho muita sorte quando se trata disso. Mas jogar... como eu disse, eu jogava com os meus amigos por diversão. Mas eu era bastante competitivo. Então sempre estava me desafiando a tentar ser o melhor do ranking em todos os jogos, e os meus amigos falavam que eu era bom, tinha talento e coisas do tipo.
Para ser honesto, não pensava em jogar profissionalmente. Eu assistia aos jogos de CS e achava que seria incrível trabalhar com isso, mas nunca passou pela minha cabeça que eu conseguiria. Então, quando o Valorant foi lançado, eu joguei desde o primeiro dia. Eu fiquei tipo: "vou ver onde isso vai dar." No começo, era mais como um hobby, só por diversão.., então, a COVID aconteceu e tudo se alinhou. Eu não tinha nada para fazer a não ser jogar Valorant, porque eu tinha que ficar em casa, e acabou que eu conheci as pessoas certas. Foi assim que a minha carreira profissional começou.
Como a sua família, e as pessoas ao seu redor , reagiram quando você decidiu que era isso que você queria fazer?
Apesar dos meus pais terem me ajudado a comprar o meu computador e tudo mais, eles achavam que era tudo uma perda de tempo. No fundo, eles não gostavam, e eu sabia disso assim que comecei a jogar. Conheci o Boaster e comecei a treinar, e participar desse ambiente de equipe... Eu sabia que era isso o que eu queria fazer. Minha família não gostou muito porque achavam perda de tempo, mas isso mudou quando mostrei o meu primeiro contrato. Então, sim, acho que hoje em dia é difícil para os nossos pais entenderam como o cenário de esports funciona. Você precisa mostrar a eles.
Você tem irmãos ou é filho único?
Tenho uma irmã mais nova. Acho que ela me admira e eu acabei de dar um computador para ela de Natal. Então sim, ela também gosta de jogar.
Irmãos mais novos são para quem passamos as nossas expectativas, então se ela também virar uma jogadora profissional...
Sim. Não sei se o meu pai vai gostar.
Então, a Team Liquid não é a sua primeira equipe profissional. Como era jogar pela Fnatic?
O contrato com a Fnatic foi o primeiro que consegui no cenário de esports. É loucura. Jogar sem contrato foi uma longa jornada. Eu e outras pessoas estávamos a seis ou sete meses jogando, e lembro que os meus pais me deram um prazo. Meus pais me deram até o final de novembro para encontrar um emprego, e eu consegui estender o prazo para dezembro ou janeiro para conseguir o contrato.
Foi um momento intenso, e a sensação de assinar o contrato foi incrível porque, para mim, foi um grande alívio. As expectativas dos meus pais caíram porque eu não estava mais dentro da janela de tempo estipulada por eles. Tudo era muito novo para mim - conhecer a equipe, gravar conteúdo para a org... e toda a pressão de jogar para uma equipe tão grande. Foi uma boa experiência e fico feliz que isso tenha acontecido.
Quando você veio para a Team Liquid e para a Alienware Training Facility, e depois mudar para Berlim, como foi para você? Era a sua primeira vez longe de casa?
Não era a minha primeira vez morando longe de casa, porque eu saí de casa quando tinha 19 anos, para morar no escritório da Fnatic. A primeira vez que foi à AWTF-EU em Utrecht foi surpreendente. Eu pensei: "Isso tudo é real." Quando você vê os vlogs de CS e pensa que nada daquilo pode ser real é incrível quando depois você tem a oportunidade de ir lá em pessoa para ver. Mudar para Berlim foi uma grande mudança ao sair de casa e de perto da minha família, mas estamos aqui por um motivo.
Com que frequência você fala com a sua família agora que mora longe?
Tento ligar todo final de semana. Só falo com a minha namorada todos os dias.
Você acha que a sua família viria até Berlim ver você jogar?
Acho que os meus pais querem me ver jogar um dia. Sempre falo para eles esperarem pelo evento certo porque quero que eles vejam como realmente os esports funcionam. Acho que Berlim não é lugar para isso porque não temos muitos fãs aqui, mas sim. Só estou esperando a hora certa. Um dia eles verão um jogo meu.
Não é sua primeira vez morando longe dos seus pais, mas é a sua primeira vez morando com os colegas de time?
Sim. Temos os nossos próprios quartos, mas eu divido o meu quarto com o nAts, e é fácil morar com ele porque ele não dá trabalho nenhum. Essa experiência nos aproximou. Analisando como éramos dois ou três meses atrás, estamos muito mais próximos agora, apenas por morarmos assim. Conheço a rotina do nAts para dormir e ele conhece a minha. E descobrir que ele tem uma rotina maluca de cuidados com a pele.
Keiko contou que vocês foram a um Escape Room. Você era da equipe que ganhou?
É claro. Nós éramos a equipe mais inteligente.
Quando você quer desestressar das partidas e dos treinos, o que você gosta de fazer?
Normalmente, tento ficar longo do Valorant. Não me importo de ficar no computador, mas tento ficar longe. Mas às vezes não consigo evitar e quando vejo, estou jogando aleatoriamente. Na verdade, ultimamente eu tenho lido. Estou lendo Duna porque vi o filme no cinema. É incrível.