
Os fãs mais antigos da Team Liquid Valorant devem se lembrar de que, no ano passado, produzimos uma série de artigos intitulados "Hometown Heroes", que funcionaram como uma maneira de mostrar as diversas origens e criações de todos os nossos jogadores do Valorant. Este ano, vamos trazê-lo de volta para as nossas novas adições de artigos — começando com o nosso indomável IGL, Enzo!
Enzo vem da França — caso você não saiba pelo sotaque — e joga videogames desde que se conhece por gente. Ele também esteve em muitos lugares diferentes, graças à sua carreira no cenário de eSports e à sua paixão por viajar. Curiosamente, uma das suas principais paixões — a música — tem sido de extrema influência quando se trata de construir a sua carreira nos esports. Continue lendo para saber mais sobre como Enzo equilibrou os eSports com a conclusão de seu mestrado, que tipo de música ele está ouvindo agora (embora possa mudar a qualquer momento) e como tem sido ser vizinho de seus colegas de equipe pela primeira vez.
Pode falar um pouco sobre onde você nasceu e cresceu?
Nasci em Bordeaux, na França. É uma cidade que fica no sudoeste da França. Então, sim. Sou francês, com certeza.
Como você descreveria a sua educação? Qual seria a coisa mais única sobre o lugar onde você cresceu?
É um lugar lindo, cheio de cultura também. Cresci cercado pela minha família, já que sou o caçula. Tenho uma irmã e um irmão. É engraçado que desde os 4 anos tenho um mouse nas mãos. Minha família sempre trabalhou com computadores em casa, e sempre quis mexer com eles. Jogo desde os 4 ou 5 anos - jogos para crianças, é claro, mas foi como comecei.
Parece que todos os jogadores com quem converso cresceram da mesma maneira, os irmãos mais velhos jogavam videogames e, às vezes, eles também podiam jogar.
Sim, quer dizer, meu pai e meu irmão eram as pessoas que jogavam. Eu só os copiava. Eu competia contra eles e queria melhorar... E um dia, eu consegui. Quando tinha 13 ou 14 anos, eu fiquei melhor que eles.
Os videogames tiveram um grande papel na sua vida social? Os seus amigos também jogavam, ou foi você que começou a jogar cedo?
Eu comecei a jogar cedo. Naquela época, não era como agora, eu nasci em 1996. Não vou dizer que sou velho, não é mesmo? Eu tenho 27 anos. Não acho que sou velho. Mas, o que acontecia na época é que eu costumava jogar, e meus amigos não, então eram dois mundos diferentes para mim. Eu os amigos da escola, e, quando jogava videogames, eu tinha outros amigos.
Consigo imaginar que seja diferente hoje em dia. Muitas crianças têm videogames como atividades mais comuns enquanto crescem ou estão na escola. Não foi o meu caso. Tinha muitos amigos dentro dos jogos e fora deles, na escola. Uma das coisas que me caracteriza muito é que sempre estudei enquanto jogo. Quando fiz 18 anos, comecei a estudar na França enquanto jogava CS. Depois disso, comecei a faculdade economia enquanto jogava CS, e o Valorant saiu logo depois que me formei, então tudo aconteceu na hora certa.
Onde você estudou?
Eu fiz cursinho na França, enquanto, infelizmente, jogava CS. Digo "infelizmente" porque, teoricamente, você faz cursinho por dois anos, dando o seu melhor, dormindo mal, e se preparando para disputar uma vaga na faculdade ao final desses dois anos. Então é uma experiência sem ser uma experiência. Estou tentando ser positivo.
E então, fui cursar economia em uma faculdade chamada SKEMA, na França. Consegui meu mestrado e logo depois comecei a jogar Valorant. Acho que comecei a jogar no segundo dia do teste beta, e não parei mais. Parei de jogar CS, é claro, mas nunca parei com o Valorant. Jogo todos os dias.
Então, enquanto crescia, quando você não estava jogando, o que você fazia com a sua família e amigos no tempo livre?
Eu passo muito tempo com a minha família porque não os vejo muito, principalmente nos últimos atualmente. Mas, quando estava com eles, nós passávamos muito tempo junto, e eu amava. Nós saímos de casa para fazer coisas, como viajar, se possível. O que eu gosto de fazer é visitar países diferentes, se tivermos tempo ou recursos para isso.
E, aparentemente, gosto muito de duas coisas: a primeira é música. Eu gosto de tocar músicas, no geral. Eu toco violão. Sei um pouco de piano e consigo tocar com esse pouco que conheço. Então, essas são as minhas paixões. Escuto muitos estilos diferentes de música.
A segunda coisa que eu gosto é competir e esportes no geral. Qualquer domínio no qual as pessoas se empenham para serem as melhores no que fazem. É uma coisa que eu admiro muito, e é algo que eu realmente curto - seja Fórmula 1, futebol, escalada, música... Qualquer modalidade em que as pessoas tentem ser as melhores do mundo, eu admiro demais. Mesmo com outros jogos - como LoL, Dota, CS- gosto de assistir as partidas e me inspirar nessas pessoas.
Sinto que jogadores profissionais de eSports e músicos têm muito em comum. Trata-se de se dedicar a uma coisa por muito tempo, e nem todo mundo nasceu para isso.
Sim, é sobre dedicação. É sobre aprender. É sobre recomeçar, se preciso, e sobre aguentar a pressão, porque é algo que você aprender por jogar na frente de pessoas desde muito novo. É sobre você mesmo e sobre outras pessoas. E aqui estou eu, também jogando na frente de outras pessoas - e é algo que você aprende a lidar, principalmente quando está crescendo.
Você ainda toca música ao vivo?
Sim, porque eu comecei muito novo. Já joguei para pequenas plateias, mas uma vez foi para uma plateia grande em uma sala grande. Foi bem divertido - acho que eram umas 500 pessoas ou mais - e foi um torneio bastante profissional. Foi divertido porque eu estava com os meus amigos. Foi mais uma daquelas experiências pelas quais passei que meio que moldaram meu futuro e, pouco a pouco, você eu cresci.
Que tipo de música você tem gostado ultimamente?
No momento, gosto de ouvir o French 79, e um compositor de piano chamado Patrik Pietschmann. E, é claro, o Sofiane Pamart. Ele também é um pianista francês. São os três artistas que mais gosto no momento. mas pode mudar a qualquer momento. Na próxima semana, posso ouvir outros artistas, e assim por diante... Mas esses três são os que eu mais gosto agora.
Então, você disse que a sua família viaja muito. Mas, se alguém visitasse a sua cidade natal e perguntasse o que eles deveriam fazer por lá, o que você diria?
Uma caminhada a noite atravessando o rio, e aprecie a arquitetura local e as luzes. É uma das coisas mais bonitas que você verá por lá. Durante o dia, dê uma volta pela cidade, aprecie os museus, a arquitetura... E tudo mais. E, acima de tudo, já que é uma cidade francesa, aproveite os restaurantes, porque você vai comer a melhor refeição da sua vida.
Como jogador profissional, você já morou em muitos lugares diferentes. Você mora em Berlim agora, como têm sido a experiência de morar aí? Foi uma grande mudança para você?
Berlim foi uma grande mudança para mim porque é a primeira vez que posso morar perto dos meus colegas de time e estar com eles todo santo dia. E acho que sou grato por isso, porque todos os dias podemos trabalhar juntos e melhorar como equipe. É bom estarmos juntos.
Você já foi a algum lugar interessante com a equipe? O que vocês fazem nos dias de folga?
Nos dias de folga, normalmente tentamos nos recuperar. Temos treinado intensamente nos últimos dias porque nosso objetivo é melhorar. Então, passamos muito tempo treinando e jogando Valorant. Portanto, no momento, [os dias de folga são] apenas para descanso e recuperação. Às vezes fazemos alguma coisa para unir a equipe ainda mais. Fizemos muitas coisas para estreitarmos os laços da equipe, principalmente no começo do ano, mas no momento, como estamos nos preparando para o split, estamos treinando muito.
Você poderia falar um pouco sobre morar com o time e quais têm sido as dificuldades que vocês precisaram enfrentar ao se adaptar à convivência?
Não moramos todos juntos, mas moramos perto uns dos outros, com certeza. O lado positivo é que quando estamos treinando, ou não, podemos conversar diretamente. sem o delay da internet. Seja sobre algo de dentro ou de fora do jogo, tudo é instantâneo. E, quando você sente que seu colega de time não está em sua melhor forma, você tem a oportunidade de conversar, porque você está perto dele. Então, é algo bom, não ruim. É bom para animarmos uns aos outros, podemos nos ajudar a melhorar... Todos do time podem animar alguém que está chateado.
Tem algum lugar que você quer visitar?
Adoraria ir ao Japão, e conhecer tudo por lá. Gostaria de visitar os Estados Unidos pelo menos uma vez, nunca fui para lá. E, é claro, gostaria de voltar à Coréia do Sul. Principalmente no final deste ano.